Adubação orgânica costuma ser um tema que em alguma ocasião passa pela cabeça de todos os orquidófilos. Isto tem até a sua lógica: é só pensar o que se passa na natureza de onde vem as nossas orquídeas. Não é difícil imaginar um passarinho, ao dejetar atingir uma orquídea ou, estas se aproveitarem da decomposição de folhas que caíram ao alcance de suas raízes ou mesmo em estudos mais recentes que verificaram que muita regiões recebem poeiras finíssimas provenientes de desertos (ricas em Fósforo e Potássio), óxidos nítricos produzidos pos descargas atmosféricas e que se precipitam com as chuvas tropicais e subtropicais.
Muitas pessoas que não dão a mesma atenção às plantas que nós, associados, e deixam as plantas no jardim ou na chácara, sem dar qualquer adubo extra. Quando muito recebem uns respingos de água quando o jardim em que se encontram é regado. Estas plantas geralmente se desenvolvem e florescem como as da natureza, talvez não com a mesma qualidade ou quantidade que as da nossa da Sociedade, mas, enfim, se desenvolvem.
Já para quem possui uma estufa ou orquidário, estas plantas geralmente tem um acesso limitado a intempéries, aves etc. Aqui, para se obter um resultado satisfatório, é necessário recorrer à adubação suplementar.
No comércio existem as mais diversas fórmulas, a maioria mineral, umas mais outras menos específicas para orquídeas = crescimento, floração etc.
Mas, agora a pergunta: não podemos usar adubos orgânicos em lugar dos minerais industrializados?
É claro que podemos e muitos já o fazem ao colocar, periodicamente, uma mistura de farinha de ossos e torta de mamona no substrato dos vasos ou acrescentam mistura complexas de farinhas etc. A vantagem é que este “adubo” geralmente não “queima” as plantas porque libera os nutrientes lentamente à medida que vai se decompondo.
O problema maior dos adubos orgânicos pode ser que, por serem insolúveis, são mais difíceis de dosar (risco de desenvolvimento de fungos prejudiciais) e aplicá-los. No final acabam todos, como na farinha de ossos, sendo acrescentados ao substrato em forma de pó, saquinho ou pasta (esta forma geralmente sobre uma parte da placa de xaxim ou casca de madeira).
Os adubos orgânicos mais comuns geralmente não são adequados para adubação foliar.
Na tabela abaixo temos uma lista dos adubos orgânicos mais correntes, encontrados na literatura.
Composição em % p/p.
ADUBO | Nitrogênio (N) | Fósforo (P2O5) | Potássio (K2O) | Cálcio | Magnésio |
Guano do Peru | 6 | 12 | 2 | 12 | 1 |
Esterco de galinha seco | 3 – 4 | 3 – 5 | 2 – 3 | 7 – 14 | 1 – 3 |
Esterco vacuno | 1,6 | 1,5 | 4,2 | 4,1 | - |
Esterco de cavalo e ovelha | 4,5 | 0,8 | 2,6 | 2,9 | 0,3 |
Farinha de ossos | 4 – 5 | 18 – 22 | 0,2 | 27 | - |
Torta de mamona | 5 | 2,5 | 1,5 | - | - |
Adubo de algas | 2,8 | 0,2 | 2,5 | - | - |
Cinza de madeira | 0,1 | 0,3 | 1 | ? | ? |
(Lista extraída de vários livros nacionais e estrangeiros)
Uma fórmula, proposta por um orquidófilo do Rio, ilustra uma possibilidade de adubação orgânica de orquídeas: Misturar em partes iguais, farinha de ossos, torta de mamona e cinza de madeira, molhar com um pouco de água e deixar secar a massa assim obtida. Passar o material seco por uma peneira com 1 mm de furo. Quebrar o material retido e voltar a passá-lo pela peneira. A cada 3 meses, colocar uma colher de sopa desta mistura nos vasos de 15 cm (em vasos maiores ou menores proporcionalmente mais ou menos). Regar bem depois de cada adição. Quem desenvolveu esta formulação recomenda adubar em setembro, dezembro, março e, de abril a agosto, não adubar, permitindo assim que a planta entre em repouso. Ao mudar de vaso já se pode acrescentar um pouco desta mistura no novo substrato.
Obs.: analisando esta mistura pela tabela acima teríamos aproximadamente: 3:7:1. (NPK).
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